A indústria suinícola é uma das áreas que precisou se adaptar ao aumento da demanda por alimentos nas últimas décadas, alcançando altos níveis de precisão, tecnicidade e eficiência produtiva. Contudo, a intensificação de processos também exige uma maior proteção do rebanho contra agentes infecciosos. Nesse sentido, a adoção de medidas adequadas de segurança são fundamentais para que toda a cadeia de produção seja mais eficaz e livre de riscos, aumentando assim o rendimento e a segurança da granja. Pensando nisso, neste texto vamos explicar a importância da biosseguridade na suinocultura e quais medidas devem ser tomadas para que ela seja aplicada nas propriedades. Continue a leitura!
O que é biosseguridade na suinocultura?
A biosseguridade na suinocultura diz respeito a um conjunto de medidas para evitar a entrada e propagação de doenças na granja. Assim, é possível assegurar a segurança dos suínos e uma maior qualidade do produto final.
As principais ações incluem o isolamento do rebanho de possíveis focos de vetores, a limpeza e a desinfecção das instalações, assim como a restrição de visitas e a garantia de água tratada e alimento de qualidade para esses animais.
Qual a importância da biosseguridade na suinocultura?
Adotar a biosseguridade na suinocultura é essencial, já que as doenças podem causar grandes prejuízos econômicos, sociais e ambientais para os produtores, os consumidores e a sociedade em geral.
Algumas doenças, como a peste suína africana (PSA) e a peste suína clássica (PSC), podem dizimar o rebanho e comprometer a produção e o comércio de carne suína.
Também existem outras doenças que podem contaminar as pessoas envolvidas na produção ou aquelas que consomem os produtos, de forma a causar riscos para a saúde pública.
Além disso, a biosseguridade também reflete na qualidade dos produtos, assim como na rentabilidade e sustentabilidade do negócio. Isso porque é necessário seguir as normas de regulação sanitária para produzir alimentos de alta qualidade e que atendam aos requisitos do mercado consumidor.
Por isso, adotar essas medidas traz uma série de benefícios, como:
- aumento da produtividade;
- diminuição das taxas de mortalidade na granja, diminuindo consequentemente os custos de produção com medicamentos e mão de obra;
- aumento do retorno financeiro para o negócio, em razão da alta qualidade do produto;
- diminuição do risco de contaminação da população.
Fatores que favorecem a propagação de doenças na granja
Antes de saber quais as ações relativas à biosseguridade na suinocultura, é muito importante entender quais situações favorecem o contato e a propagação dos suínos com agentes invasores, que podem comprometer toda a produção. Assim, é possível compreender porque essas medidas são necessárias.
Movimentação dos suínos
Os processos de movimentação dos animais são os fatores que mais comprometem a biosseguridade na suinocultura. Isso envolve desde a entrada de novos suínos no rebanho, até erros nos carregamentos, falta de verificação nos caminhões e também de cuidados com a limpeza e desinfecção.
Por isso, é essencial cuidar desses pontos, por meio da quarentena dos animais que chegam na granja, a examinação de veículos e a adoção de procedimentos corretos de carga e higiene, por exemplo.
Entrada e saída de pessoas
As pessoas que frequentam as granjas podem trazer patógenos que causam doenças aos suínos. Logo, é imprescindível que apenas as pessoas que são importantes para manter o funcionamento da operação entrem e saiam do local.
Além disso, é preciso que elas cumpram protocolos rigorosos com banho, troca de roupas e calçados, e tempo de vazio sanitário. Também é importante ter uma sinalização sobre os limites das áreas sujas, intermediárias e limpas, além de uma infraestrutura adequada para lavar as roupas.
Falta de cuidados com insumos importados
Outro aspecto muito comum é a falta de cuidados com insumos importados, como rações. Eles podem trazer vírus que prejudicam a suinocultura, como a peste suína africana (PSA). Por isso, é importante seguir algumas medidas de biosseguridade para evitar a contaminação do rebanho.
Ainda que a compra restrita de produtos certificados seja aconselhada, outras medidas também são necessárias para reduzir riscos, como a armazenagem do alimento por pelo menos 30 dias após a chegada do container e a descontaminação do exterior com produtos adequados.
Como implementar a biosseguridade na suinocultura
Agora que você já sabe a importância da biosseguridade na suinocultura, reunimos as principais medidas para que ela seja aplicada da melhor forma possível na sua produção. Confira!
Adequação da área de produção
Em primeiro lugar, é muito importante adequar a área de produção, desde a escolha do local até a construção e a manutenção das instalações. Isso porque vários fatores ambientais e as condições climáticas da região afetam a propagação dos agentes patogênicos.
Além disso, a granja suinícola deve ficar a, pelo menos, 5 km de distância de outra propriedade produtora e ter todo o seu perímetro isolado.
Limpeza do ambiente e dos materiais
O ambiente é um dos aspectos mais importantes quando se trata da propagação de doenças infecciosas. É essencial garantir um equilíbrio entre os patógenos presentes no ambiente e os mecanismos de defesa dos suínos, de forma a promover condições adequadas de produção.
Para isso, é preciso realizar procedimentos de limpeza e desinfecção de forma correta sempre que um novo lote entrar. Isso inclui a retirada de todos os animais e seus desejos, a lavagem de instalações, a eliminação de toda a matéria orgânica e a desmontagem de equipamentos para que os desinfetantes ajam adequadamente.
Controle de tráfego
Outra ação relevante é o controle de tráfego, que envolve a restrição e a orientação do fluxo de pessoas, animais, veículos e materiais que entram e saem da granja.
Em relação ao fluxo de pessoas, ainda que a granja deva receber apenas pessoas ligadas às suas operações, é possível que ela receba visitas de clientes ou prestadores de serviços, por exemplo. Nesse caso, é crucial garantir que os visitantes sigam todos os cuidados mínimos de biossegurança.
Os visitantes devem tomar banho e utilizar roupas adequadas, ou fazer a higienização correta de mãos e braços. Já os veículos, principalmente aqueles de descarregamento de animais e rações, devem ser desinfetados em uma área apropriada.
Desinfecção de caminhões
Citamos a importância de higienizar veículos no tópico anterior e mas utilizaremos esse espaço para destacar a desinfecção de caminhões, que deve ser realizada pelo método TADD (Assisted Drying and Decontamination), que diz respeito à secagem termo assistida e descontaminação.
Basicamente, os veículos utilizados para transportar os suínos devem ser lavados, eliminando totalmente a matéria orgânica para que sejam secos ao ar quente a 70°. Esse processo deve durar 15 minutos, para que depois dele a cabine seja descontaminada com gás ozônio.
Controle de vetores
A entrada de animais é uma das principais formas de contaminação dos rebanhos na suinocultura. Por isso, o programa de biosseguridade deve definir um plano efetivo de controle de vetores, como roedores, pássaros, insetos, mamíferos domésticos e silvestres e animais de estimação.
Cuidados com a introdução de animais
É muito comum que a compra de animais para reposição contamine os rebanhos. Logo, os machos reprodutores e os demais suínos devem ser sempre comprados de uma Granja de Reprodutores Suínos Certificada (GRSC).
Uma vez que chegarem à propriedade, os animais precisam passar por uma quarentena que corresponde à incubação da doença-objeto ou pelo intervalo de realização de testes.
Alimentação apropriada
A água é um dos principais meios de transmissão de agentes patogênicos e, caso esteja contaminada, pode infectar toda a granja rapidamente. A qualidade dela também está diretamente relacionada ao desempenho dos suínos, por isso é muito importante que ela seja limpa e fresca.
Além disso, é importante que o sistema de distribuição de água seja higienizado, além de que os alimentos devem ser adquiridos de fornecedores confiáveis e certificados. Isso porque a ração também é uma fonte de contaminação e também reflete no estado dos animais.
Destinação adequada de resíduos
Outra fonte de contaminação para o rebanho são cadáveres, resíduos e desejos, seja por atrair vetores de doenças ou por aumentar a pressão de infeccção dentro dos galpões. Por isso, é muito importante destinar os resíduos de forma correta, com métodos sustentáveis como a compostagem.
Acompanhamento constante do programa
Por fim, é fundamental que todos os procedimentos sejam atualizados e adaptados a novos riscos e agentes, que podem mudar ao longo do tempo nas unidades de produção. Por isso, é importante coletar e analisar dados continuamente, de forma a monitorar o status sanitário da propriedade.
Assim, é possível desenvolver um programa de biosseguridade, incluindo todas as ações citadas acima e acompanhando-as constantemente, contribuindo para a eficiência da produção e para a qualidade do produto.
Alimentação de qualidade é com a Pig Nutri!
A alimentação de qualidade é um dos fatores necessários para manter a segurança dos rebanhos de suínos. Com a Pig Nutri, é possível oferecer não apenas alimentos corretos e em conformidade com as exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mas também utilizar alimentos feitos pelo reaproveitamento de resíduos.
A Pig Nutri é uma empresa que atua há 10 anos para colaborar com a sustentabilidade, reutilizando subprodutos para produzir uma ração especial para suínos, que agrada o paladar dos animais e oferece os maiores benefícios para uma nutrição adequada.
Por isso, ao realizar uma parceria conosco, você pode contribuir para uma destinação sustentável de resíduos e contar com alimentos que atendam às necessidades dos animais.
Se você gostou de entender mais sobre a biosseguridade na suinocultura, acesse o nosso blog para acompanhar mais dicas para impulsionar a sua produção e entender mais sobre os nossos serviços!